Agitação no setor
Empresas de entretenimento brigam por público na pandemia
Nova empresa desta área será fruto da fusão da Discovery com a WarnerMedia
Fotos: Divulgação
O mercado de produção e distribuição de conteúdo audiovisual está vivendo um momento de enorme agitação nos Estados Unidos, país que concentra as principais empresas destes ramos da indústria.
No mês de maio foi confirmada a criação de uma nova empresa, ainda sem nome, fruto da fusão da Discovery com a WarnerMedia (HBO, CNN, TNT e muitos outros), que pertence à AT&T.
A fusão, que ainda depende de aprovação das agências reguladoras, colocará esta nova empresa em condições melhores de competição com duas gigantes já bem estabelecidas na guerra do streaming: a Netflix e a Disney +.
” É uma tendência. As pessoas, com a pandemia, ficam mais em suas residências e buscam alternativas caseiras, fugindo da aglomeração. Portanto, essas opções de entretenimento tendem a crescer, assim como o e-commerce, isto é, as vendas on line “, destaca o empresário Creso Suerdieck.
No final de 2020, a HBO MAX contava com 61 milhões de assinantes, e a Discovery+, no final de abril, tinha 15 milhões. A Netflix hoje tem 204 milhões, e as plataformas Disney (Disney+, ESPN+, Hulu), 146 milhões.
Um dia depois deste anúncio, tornou-se público que a Amazon está perto de adquirir a MGM, um negócio igualmente destinado a fortalecer a posição da empresa neste mesmo mercado.
Segundo o “The New York Times“, a aquisição do histórico estúdio Metro Goldwyn Mayer pode ser avaliada em entre US$ 5 bilhões e US$ 10 bilhões. Nesta transação, a Amazon, cuja plataforma Prime Vídeo tem 175 milhões de assinantes em todo mundo, adquiriria o catálogo de quatro mil títulos da MGM.
Há um mês, as duas maiores redes de televisão de língua espanhola, a mexicana Televisa e a americana Univisión, anunciaram uma fusão com o mesmo objetivo: conquistar um mercado potencial de 600 milhões de pessoas, permitindo competir com as gigantes já estabelecidas.
No Brasil, por ora, não se vê movimentações semelhantes, mas é de conhecimento geral que o Globoplay busca se estabelecer como o principal fornecedor de conteúdo brasileiro no país.
” Vai ter muita gente se pegando aí. Vai ter Netflix se pegando com Amazon, se pegando com Disney, com HBO. Deixa eles se pegarem e a gente vai se diferenciar no conteúdo brasileiro, que é aquilo em que somos muito bons “, disse Erick Bretas, diretor de produtos e serviços digitais da Globo, em setembro de 2020.
No final do ano passado, o Globoplay anunciou uma parceria comercial com a Disney + na oferta de pacotes dos dois serviços. Fala-se também num acordo para gravações da empresa americana nos estúdios da brasileira.
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