Braskem quer até US$ 1,5 bi para pagar em 60 anos: Petroquímica inicia apresentação a investidores para captar no mercado externo com dívida híbrida, que tem características de capital
A petroquímica Braskem, controlada por Odebrecht e Petrobras, acaba de iniciar uma série de reuniões com investidores com objetivo de captar 1 bilhão de dólares em um tipo pouquíssimo usual de dívida para uma empresa brasileira, pois é uma espécie de bônus híbrido com capital.
O total pode chegar a 1,5 bilhão de dólares se o interesse dos investidores for elevado. O papel tem prazo muito alongado — a ideia inicial é que o vencimento seja em 60 anos — e oferece a possibilidade de a empresa optar por não pagar o serviço da dívida, fazendo com que os valores sejam somados ao principal.
Para completar, será um bond subordinado, o que na prática significa que ficará no último lugar na fila de prioridade de recebimentos em relação aos demais credores. Posição essa que normalmente é do acionista.
O objetivo, segundo o EXAME IN apurou, é rolar compromissos de 300 milhões de dólares e fazer uma folga de caixa com o restante.
O custo de uma operação desse tipo normalmente é o de duas notas de crédito abaixo da atual da empresa — os rumores iniciais apontam para algo entre 8,5% e 9% ao ano.
No mercado secundário, os papéis tradicionais da companhia apontam atualmente um custo médio entre 7% e 7,5% ao ano. Na semana passada, a petroquímica perdeu sua nota de “grau de investimento”, pelas agências de risco de crédito Fitch e Standard & Poor’s, que deram nota BB+ à empresa.
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