Economica instável

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Como guardar dinheiro para gastos e contas do dia a dia

Especialista traz dicas para organização econômica de seu orçamento

Foto: Divulgação

Creso Suerdieck

Em 2021, a situação está agravada pela crise e a instabilidade impostas pela pandemia da Covid-19, faz todo mundo se preocupar ainda mais com os gastos e contas do dia a dia. A especialista Camilla Clemente, Diretora de Produtos, Marketing e UX da fintech ConsigaMais+, explica algumas atitudes essenciais para iniciar esse período de forma tranquila, organizar as finanças e até começar a guardar dinheiro.

O primeiro passo é entender os gastos, evidenciar as contas fixas do mês e criar o hábito de gastar somente com o necessário, ou seja, em tempos difíceis, é preciso manter os pés no chão.

O cartão de crédito também deve ser evitado no dia a dia, utilize esse recurso apenas para valores altos ou adquirir bens duráveis. Se precisar recorrer a um empréstimo, sempre opte pelo crédito consignado, além de taxas menores, é descontado direto na folha de pagamento o que evidencia a sua real situação financeira.

Por fim, estabeleça metas reais para poupar um mínimo por mês, essa reserva pode ser um grande reforço em caso de imprevistos.

Conversamos com Camilla Clemente, que falou sobre como segurar o orçamento e economizar.

Qual a sua dica para quem foi prejudicado pela pandemia conseguir economizar dinheiro?

Camilla Clemente: Organizar seu orçamento doméstico é o primeiro passo a ser feito.

Separar os gastos essenciais, que precisam ser priorizados, como moradia, alimentação e higiene.

Coloque tudo num caderno ou numa planilha, entenda para onde está indo o seu dinheiro e estabeleça limites para o consumo de cada um deles.

Busque identificar e eliminar todos os desperdícios, comprando exclusivamente o que é necessário.

Faça substituição de marcas e até mesmo de alimentos no mercado, procurando sempre os produtos que estejam em promoção (compre somente se for necessário) e com o preço mais baixos.

Negocie e tente baixar todas as suas despesas, isso fará muita diferença para sobrar um dinheirinho no fim do mês, que pode te ajudar em um momento em que você tenha ainda mais dificuldades de ganhos.

Por fim, use sua criatividade para fazer coisas que te dão prazer, mantendo a sua cabeça sã e que possam te trazer algum ganho extra, como trabalhos artesanais, comidinhas, doces, transportes alternativos para Delivery, dentre outras coisas.

O negócio é não deixar a peteca cair.

Com a atual situação do país, qual o melhor investimento para quem tem dinheiro sobrando?

CC: Falar de investimento é sempre mais “delicado”, pois cada pessoa tem um perfil, uma quantia e uma necessidade diferente.

O que é importante saber:

a) É sempre mais vantajoso ter o dinheiro aplicado, do que parado em uma conta corrente ou “em baixo do colchão”.

b) Deixe sempre pelo menos 6 meses de suas despesas em aplicações que tenha liquidez, ou seja, que mantenham o seu dinheiro disponível para saque imediato. Apesar de serem menos rentáveis, garantem que o acesso ao dinheiro em qualquer momento que precise.

c) Se você já tiver uma quantia maior, poderá aplicar em outras modalidades que te trarão maior rentabilidade a um prazo maior. Neste caso, o dinheiro fica “preso” enquanto é remunerado neste período.

Parece muito complexo, mas se tiver o auxílio de um corretor ou o gerente de sua conta para tudo isso fica bem fácil.

Para quem já iniciou o ano com dívidas, há alguma orientação especial para reorganizar a vida financeira?

CC: O primeiro passo é não se desesperar, mas pensar com calma e raciocinar.

Levante todas as contas que não estão pagas, incluindo as dívidas de cartão de crédito e as some com o seu saldo negativo de sua conta corrente. Assim você terá exatamente o valor que precisa para sanar as dívidas e passar a usar seu dinheiro de forma adequada.

Buscar uma linha de crédito mais barata para quitar as dívidas é, sem dúvida, a melhor solução. Se você tiver disponível crédito consignado, seja ele público ou privado, é uma excelente opção, pois além de taxas menores que as de crédito convencionais, tem prazo de pagamento mais longo, pra te dar folego pra recomeçar.

Ainda mais importante que isso é você ter certeza de que poderá pagar a parcela deste empréstimo e continuar pagando todos os seus compromissos, que também precisam ser revistos. Analisar o que é de fato essencial, evitar desperdícios e fazer um controle “na ponta do lápis” de tudo o que se gasta.

Assim você vê para onde está indo o seu dinheiro, consegue se organizar, e até guardar uma graninha no final do mês.

O movimento é difícil, mas a palavra chave é COMPORTAMENTO: É necessário mudar o seu e o da sua família.

O que a má utilização do cartão de crédito pode trazer?

CC: O Cartão de Crédito é o grande vilão do endividamento!

“- Ah, não tenho dinheiro para comprar isso agora. “Passa” no cartão e parcele, que você nem vai sentir.”

“- Ah, eu queria tanto ir naquele bar com os amigos, mas minha grana já acabou neste mês. Pague com o cartão e não perca a oportunidade de estar entre amigos.”

E assim, com estas despesas e comportamentos, a fatura chega e o valor sempre acaba nos assustando.

Você acaba pagando o valor mínimo do cartão, e o restante da fatura é somado a juros todos os meses. Você continua gastando, e quando percebe, tem seu cartão bloqueado para contas e seu nome negativado.

O que fazer? Como sair desta situação?

CC: a) Você negocia com o cartão um parcelamento das dívidas até quita-la, e deixa completamente de utilizar o cartão (lembre-se que a taxa de juros do cartão é uma das maiores do mercado), ou;

b) Você solicita um desconto para pagamento a vista do cartão, busca uma linha de crédito mais barata, como o crédito consignado por exemplo, para quita-lo, e deixa de utilizar o cartão;

c) Você faz qualquer uma destas alternativas e passa a utilizar o cartão com sabedoria, exclusivamente para compras emergenciais, controlando muito bem todos os seus gastos para não ter novas surpresas.

O que sabemos é que o cartão de crédito é um meio de pagamento muito importante e interessante, desde que você o use de forma correta e pague em dia 100% de sua fatura, sem comprometer seu orçamento doméstico.

Mais uma vez falamos aqui de mudança de comportamento. Esta última continua sendo a palavra chave.

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