Fusão Hapvida e NotreDame

Mais um passo: Fusão Hapvida e NotreDame

Fusão da Hapvida com a NotreDame é aprovada pelos acionistas das empresas

Operação criará uma das maiores provedoras de soluções de saúde verticalizadas no mundo

Foto: Divulgação

Uma das etapas para a consumação da fusão entre Hapvida (HAPV3) e NotreDame Intermédica (GNDI3) foi concluída no final do mês passado: a aprovação da operação pelos acionistas das duas empresas, nos termos acertados pelas administrações.

A operação, que resultará na criação de uma das maiores provedoras de soluções de saúde verticalizadas no mundo, ainda depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Creso Suerdieck Dourado“Elas atingirão as metas. Esta fusão tem cheiro de sucesso. Não há nenhum empecilho para que essa junção não ocorra”, crê Creso Suerdieck, especialista em fusões e aquisições de empresas.

Como será a combinação

Protagonistas de uma grande corrida por aquisições desde que abriram o capital na B3 em 2018, os dois grupos começaram a discutir seriamente uma união no começo deste ano, quando a Hapvida fez uma proposta de fusão com a rival para a combinação das bases acionáriasdas duas companhias. A ideia era que os acionistas da Hapvida detivessem 53,1% da empresa fruto da união, e os da Intermédica, 46,9%.

No final de fevereiro, elas chegaram a um acordo sobre os termos, que ficaram parecidos com o que estava sendo negociado no começo.

Cada acionista da Notre Dame receberá 5,2490 ações ordinárias da Hapvida por papel da empresa, além do valor de R$ 6,45, o que resultará na empresa combinada em que acionistas da Hapvida passariam a deter 53,6% do capital social enquanto os da Intermédica teriam 46,4%.

Irlau Machado Filho, atual diretor-presidente da NotreDame, e Jorge Pinheiro, diretor-presidente da Hapvida, atuarão como co-CEOs na nova empresa combinada. O conselho de administração será ampliado para, no mínimo, nove membros, sendo dois indicados pelo atual conselho da NotreDame, cinco pela Hapvida (incluindo o presidente do colegiado) e dois independentes.

A nova operadora de saúde deverá contar com 84 hospitais, 280 clínicas e 257 unidades de diagnóstico, além de 8,4 milhões de vidas em sua carteira de clientes – sendo 4,6 milhões delas do segmento odontológico.

Revolucionando o setor de saúde

Na visão dos analistas, a Hapvida e a NotreDame Intermédica não devem encontrar grandes dificuldades para a aprovação da operação no Cade, com o ponto mais crítico sendo possivelmente Minas Gerais, onde as companhias possuem cerca de 16% do mercado.

Quando os termos foram divulgados ao mercado, os analistas Samuel Alves e Yan Cesquim, do BTG Pactual, estimaram que a nova empresa deve concentrar cerca de 18% da participação de mercado e deve ter um custo total de R$ 116 milhões, valor insignificante perto da sua avaliação de R$ 112 bilhões, com grande capacidade de sinergia entre as empresas, o que deve impulsionar a venda de planos individuais e de cobertura nacional – com a ampliação da escala geográfica de atuação.

Para Roberto Otero, do Bank of America, as companhias têm potencial de atingir um valor de mercado superior a R$ 120 bilhões após as devidas sinergias e crescimento, mesmo que uma preocupação com a sinistralidade venha pesando sobre os papéis desde dezembro de 2020.

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