Guerra no Mercado

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BTG Pactual e XP brigam por agentes autônomos das plataformas de investimento

” Ambos têm perfil diferenciado “, avalia Creso Suerdieck

Fotos: Divulgação e Reprodução

O “campeonato” de plataformas de investimento na disputa por agentes autônomos voltou a esquentar. Depois de alguns meses de movimentos estudados, em meio à pandemia, BTG Pactual e XP, os dois maiores pesos pesados dessa modalidade, voltaram ao combate.

Nos últimos rounds, entretanto, o banco de André Esteves tem levado a melhor, atraindo escritórios de agentes autônomos para a sua plataforma sob a promessa de condições que a instituição de Guilherme Benchimol teria preferido não bancar.

Creso Suerdieck
Creso Suerdieck

 

 

Ambos têm perfil diferenciado. O André gosta de apostar mais e, talvez por conta disso, tenha feito propostas mais vantajosas “, avalia Creso Suerdieck, Analista Mercadológico.

 

 

 

O escritório de agentes autônomos Onix Capital informou que estava encerrando o contrato com a XP Investimentos e ingressando no período de aviso prévio de 60 dias para o fim do vínculo com a instituição. A empresa não revelou com qual instituição financeira terá relacionamento após esse prazo, mas a Onix Capital, que tem sede em Salvador (BA) e carteira de R$ 500 milhões sob custódia e mais de 2 mil clientes na Bahia e em Minas, deve assinar contrato com o BTG.

O escritório Miura Investimentos, credenciado ao BTG, anunciou a incorporação da Ática Investimentos, ampliando seu patrimônio sob custódia para cerca de R$ 800 milhões. A compra foi fechada após a Ática cumprir os 60 dias de aviso prévio de seu desligamento da plataforma da XP.

Rumores no mercado também dão conta de que a Monte Bravo, maior escritório associado à XP, vem sendo sondada para se tornar uma corretora e se associar ao BTG. Em nota emitida no início da semana, a Monte Bravo diz não comentar rumores de mercado e afirma que “ permanece focada em prover aconselhamento independente aos seus clientes e com planos de montar sua corretora ”.

O escritório Acqua também era um dos maiores da XP quando se fundiu ao Vero, em dezembro. Com ainda mais estatura, planos de se tornar uma corretora e de abrir capital na B3, o Acqua-Vero se despediu da parceria de uma década com a XP e migrou para o BTG.

Fusões e aquisições

A XP conseguiu segurar alguns escritórios, enquanto o movimento de fusões e aquisições entre as casas menores se acentua. Foi o caso do Grupo Criteria Investimentos, que informou a aquisição da Sheva e aproveitou para reafirmar a parceria.

As fusões cacifam os escritórios e “ embelezam a noiva ” perante os olhos dos pretendentes, diz Alexander Ruszkay, sócio da Urca Capital Partners, que atua como assessoria em fusões e aquisições. “ O objetivo é crescer e se diferenciar para chamar a atenção. Quando um setor está se consolidando, as empresas com um certo tamanho são observadas ”, diz. Na estratégia atual do BTG, por exemplo, para alcançar o tamanho da XP, a base de clientes do escritório é fundamental.

A consolidação desses escritórios se explica pela forma que muitos deles surgiram. “ A XP fomentou os agentes autônomos. Lá atrás, ela entrou num mercado dominado por grandes bancos, estimulou os gerentes dessas instituições a se tornarem assessores ”, explica Ruszkay.

Procurado, o BTG não comentou. A XP informou ter mais de 9 mil assessores de investimento parceiros (cerca de 80% do mercado) e, apenas em abril, atraiu 518 novos profissionais para seu ecossistema. “ Nos raros casos de descredenciamento ocorridos até hoje, o histórico de transferência para a nova instituição é baixo, sendo menor que 15% em média ”, disse.

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