Setor de aluguel de veículos
Fusão de Localiza e Unidas deve encontrar resistência no Cade
“Dificilmente o Conselho aceitará esta fusão”, crê Creso Suerdieck
Foto: Divulgação
A fusão entre Localiza (RENT3) e Unidas (LCAM3) deve enfrentar oposição no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). A combinação de negócios entre as empresas deverá afetar diversos setores econômicos e pode impactar os consumidores.
A fusão, aprovada em novembro pelos acionistas das empresas, deve impactar o setor de locadoras. Juntas as empresas terão cerca de 70% da frota nacional de locação e perto de 75% da receita do setor.
Creso Suerdieck, especialista em fusões de empresas, crê que o Cade dificilmente aceitará esta fusão. “São empresas que disputam a mesma clientela. Essa junção das operações vai gerar uma grande concentração de renda numa mesma empresa, no mesmo setor”, diz.
A Localiza tem uma fatia de 55% do mercado de frota nacional, a Unidas 17% e a Movida cerca de 15%. O restante está pulverizado em mais de 10 mil locadoras pelo Brasil. Portanto, o setor vai ter uma empresa com 70% do mercado, outra com 15% e o restante fragmentado.
Já na compra de carros, as empresas em conjunto representam 15% das compras anuais de veículos. Conforme o site, esse mercado na Ford corresponde por quase 30% das vendas. Já para o consumidor final acredita-se que haverá aumento no preço do serviço em razão da combinação de negócios.
Em novembro as empresas valiam juntas R$ 50 bilhões e agora a fusão já equivale a R$ 63 bilhões na B3. Apesar do prazo para apresentação de argumentos no órgão terminar em 5 de março, o Cade já enviou 44 ofícios de consultas a companhias afetadas.
Dentre a lista as principais são:
Volkswagen
Renault
Ford
GM
CVC
Sul America
Eurofarma
IBM
Porto Seguro
Unilever
Claro
Na semana passada, as locadoras anunciaram ao mercado que o Cade publicou o edital referente à proposta de combinação de negócios das duas empresas.
Segundo comunicado ao mercado, o Cade terá 240 dias a contar do protocolo, realizado em 08 de fevereiro, para analisar a proposta de incorporação de ações. O prazo pode ser prorrogado por mais 90 dias.
A aprovação prévia do Cade é uma das condições precedentes para a eficácia da incorporação de ações, acrescenta a empresa. A proposta de fusão foi anunciada em setembro do ano passado por ambas as companhias.
Se nenhuma empresa pedir extensão de prazo, os opositores serão conhecidos pelo público em 8 de março.
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