Apesar da crise econômica

Apesar da crise econômica

Apesar da crise econômica

Investimento nas startups brasileiras em janeiro foi superior a US$ 630 milhões

Especialista comenta cenário atual das startups e dá dicas sobre como os empresários podem buscar capital e negociar com investidores

Foto: Divulgação

Creso Suerdieck

Em meio a uma das maiores crises econômicas que o mundo já viveu, conseguir investimento não é uma tarefa fácil. Geralmente, as startups se deparam com dois cenários: o primeiro é o que foi mais afetado pela crise: sem conseguir o crédito oferecido pelo governo, muitas se viram perdidas e sem capital para manterem seus negócios. O segundo cenário é o das oportunidades que startups de alguns segmentos encontraram na crise: muitos mercados estão com boas possibilidades para começar um negócio oferecendo serviços que atendam as novas demandas que a pandemia trouxe.

Segundo levantamento da Inside Venture Capital Brasil, o investimento em startups brasileiras no mês de janeiro de 2021 foi superior a US$ 630 milhões, valor que representa 18% do total investido em 2020. Dentro desse contexto, o jornalista Edison Corrêa entrevistou o especialista em política econômica internacional e advogado Emanuel Pessoa, que comentou o cenário atual das startups e deu dicas sobre como os empresários podem buscar capital e negociar com os investidores.

Edison Corrêa: Qual o cenário para as startups no Brasil no momento em que estamos vivendo?

Emanuel Pessoa: O cenário atual é, ao mesmo tempo, desafiador e estimulante. Desafiador porque muitas startups quebraram em 2020. Porém, boa parte delas eram empresas que não tinha substância nem fundamentos, mas viviam de hype e de marketing digital agressivo. Na crise, não há perdão. É preciso ser lucrativo ou ter um caminho claro para a lucratividade. Por outro lado, o cenário é promissor porque houve um aumento forte do capital disponível para as startups. Com a queda dos juros, diminuiu o apetite por investimentos atrelados à SELIC e ao CDI, com forte estímulo a se buscar investimentos reais com alto retorno, o que é o caso das startups, especialmente no Brasil, em que há pouca competição e muitos desafios a serem resolvidos.

EC: Como as empresas podem buscar investimento? E novos clientes?

EP: Essa busca se dá, principalmente, através da procura de investidores institucionais. Como pode ser difícil para entrantes os conhecerem, sugiro que frequentem eventos, participem de associações e façam consultas com outras startups que já receberam aportes.

EC: O capital pode ser utilizado para manter a empresa e para o desenvolvimento de um novo produto? Qual o melhor caminho?

EP: O capital pode ser utilizado tanto para manter a empresa quanto para desenvolver um novo produto. Normalmente, as condições são mais duras para a manutenção da empresa, sendo mais comum o empréstimo-ponte.

EC: Como pode ser feita a negociação do investimento?

EP: A negociação do investimento deve se dar com base nas perspectivas reais de crescimento da startup, o que requer um plano de negócios claro. Ao mesmo tempo, um bom time ajuda a transmitir confiança aos investidores, assim como a demonstração de capacidade de adaptação a mudanças quando os planos não se conformarem à realidade.

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