Governo precisa criar incentivo à compra de carros, diz Fiat Chrysler

Com as pessoas trancadas em casa, diversos setores sofreram com a queda nas vendas. Mas poucos tiveram um impacto tão grande como o automotivo. Afinal, não faz muito sentido comprar carro durante a pandemia. Esse fato resultou em quedas brutais desde o início da pandemia – em abril, por exemplo, houve redução de 99% na produção de automóveis – e há uma expectativa da demanda por carros cair, pelo menos, 40% em 2020.

Essa é a previsão de Antonio Filosa, presidente da montadora Fiat Chrysler Automobiles (FCA) para a América Latina. Até agora, a FCA já registrou queda de 70%, segundo o executivo.

“Vamos retroceder 15 anos e os dados são dramáticos”, diz Filosa, que defende a volta de incentivos ao setor para a retomada pós-pandemia. “Existem várias ferramentas que já foram adotadas no passado que, hoje, poderia estimular a demanda de maneira geral.”

Enquanto esse estímulo não é apresentado pela equipe econômica liberal do ministro da Economia, Paulo Guedes, as montadoras estão negociando pacotes de ajuda com os bancos públicos e privados. “Começamos diálogos com o governo para obter linhas de crédito, mas ainda não chegamos a uma solução”, diz o executivo.

Sobre a operação e a retomada, Filosa acredita que o mês de junho já mostrará dados mais positivos. Tudo bem que as bases dos dois meses anteriores são baixíssimas, mas já é um respiro. 

E para conseguir retomar a produção, a FCA fez praticamente uma revolução em sua operação. Das quatro fábricas localizadas na América Latina, a média de paralisação ficou em 48 dias. Em nenhuma delas há utilização de 100% da capacidade. Em Pernambuco, por exemplo, a unidade localizada no município de Goiana, está operando em sistema de rodízio. As restantes estão funcionando em sistema de rodízio.

“Toda jornada de trabalho dos nossos funcionários é absolutamente segura contra o Covid-19”, diz Filosa. “Nós disponibilizamos um aplicativo de celular para os colaboradores, que faz uma avaliação diária de como ele está. Em caso de sintomas o empregado fica em casa.”

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